Persona da sua micro ou pequena empresa
Nos últimos dois textos deste blog falamos da importância de mapear os públicos da sua micro ou pequena empresa e trouxemos dicas para produzir textos para seus canais digitais. Neste post vamos juntar “lé com cré” e falar sobre como construir a persona da sua micro ou pequena empresa.
Sei que à primeira vista pode soar estranho relacionar mapeamento de públicos com produção de texto e construção de persona. Portanto vem com a gente neste texto para entender melhor como esses conceitos se conectam e como os links entre eles podem te ajudar na produção de conteúdos para seus canais digitais!
Para começar: o que são personas?
A definição acima saiu do blog da Hubspot, uma empresa norte-americana de marketing que desenvolveu um dos softwares de CRM mais utilizados da atualidade. A Hubspot é uma importante fonte de consulta de informações de Marketing para a Dot@.
Mas se pela definição da Hubspot você ainda não entendeu o que é uma persona, vamos recorrer a um texto recentemente publicado neste blog para tentar deixar o conceito mais claro.
A persona da sua micro ou pequena empresa é um “representante” do seu público
Há pouco mais de 20 dias publicamos aqui no blog um texto sobre mapeamento de públicos para sua micro ou pequena empresa. Nele destacamos a importância de você levantar informações sociais e demográficas – idade, faixa de renda, gênero, localização geográfica – para conhecer melhor o seu público.
Contudo, apesar de serem super valiosas, essas informações podem não ser suficientes para te ajudar na produção de textos para canais digitais. Porque mesmo que você saiba a idade média do seu público, o valor aproximado do seu rendimento mensal e onde ele reside ou trabalha, o “representante” o seu público ainda é “impessoal”. Informações sociais e demográficas ajudam a caracterizar um grupo de pessoas, mas não uma delas – cada pessoa é única. E todas elas possuem comportamentos, uma informação que você não conseguirá extrair da média de idade ou da faixa de renda.
E por que é tão importante construir a persona – ou “dar uma cara” ao representante do seu público? Porque isso ajuda na produção dos seus conteúdos. Imagine que você tenha que escrever um texto de blog ou post de redes sociais para uma mulher preta de 35 a 40 anos que mora em Belo Horizonte e que tem um rendimento mensal de R$ 6 mil reais? Você consegue escrever algo para esse conjunto de características?
Agora imagine que Adriana, mulher preta de 38 anos e mãe de um filho de sete, trabalha numa consultoria de gestão e que, diariamente voltando do trabalho, ela para o carro num estacionamento que fica bem em frente à uma padaria. De lá, ela vai buscar o filho na escola antes de ir para casa.
Sendo você o responsável pelo conteúdo dos canais digitais dessa padaria e sabendo dessas informações, desse comportamento que Adriana repete diariamente, você não poderia publicar um post de redes sociais por volta das 16h dizendo que de meia em meia hora tem pão quentinho saindo do forno, ideal para o lanche da tarde após a volta do trabalho?
A construção da persona, essa representação semifictícia do seu cliente ideal, permite que você projete, na sua cabeça, um interlocutor. Escrever um texto para Adriana convidando-a a experimentar os pães da sua padaria talvez seja mais fácil do que escrever para um conjunto de informações que não possui nenhuma humanidade. É aí que mora o “segredo” da construção de personas: elas, como todo ser humano, têm comportamentos. E, ao analisa-los, você pode produzir conteúdos que se “encaixem” melhor no dia a dia dos seus consumidores.
Levante informações sobre comportamentos do seu público para configurar a persona da sua micro ou pequena empresa
Imagine que, além de Adriana, outro potencial cliente da padaria é Tiago. Ele tem 40 anos, é pardo, pai de dois filhos, é analista de sistemas e tem uma renda mensal de R$ 8 mil reais. Mas diferente de Adriana, Tiago não busca os filhos perto da padaria: ele trabalha próximo a ela.
Será que Tiago, ao voltar de uma visita ao cliente da sua empresa, não pararia para fazer um lanche? E será que, ao conhecer os lanches da padaria, ele não encomendaria nela mesma os quitutes do aniversário de 9 anos do seu filho mais velho, que será no mês que vem?
Os dois personagens que citamos tem características em comum: estão numa faixa etária de 35 a 40 anos, numa faixa de renda de 5 a 10 mil reais e tem filhos. Um levantamento apenas social e demográfico dessas pessoas talvez os colocasse na mesma categoria.
Mas eles tem comportamentos muito diferentes: enquanto nossa primeira personagem pode comprar na padaria quando está saindo do trabalho – talvez cansada depois de um dia puxado e com pouco espaço para pensar no que servir de lanche ou jantar para o seu filho – nosso segundo personagem pode estar chegando de uma visita com um cliente, empolgado por fechar o negócio mas sabendo que almoçará mais tarde, dada a quantidade de providências que deve tomar na segunda metade da manhã.
Como dissemos, somente com as informações demográficas, não conseguimos “captar” um hipotético comportamento de um consumidor. É a dimensão semifictícia da persona que permite a construção de um personagem que possui hábitos, rotinas.
Se você conseguir levantar as informações sobre os comportamentos do seu cliente que podem estar atrelados à contratação dos seus serviços ou aquisição dos seus produtos, a persona da sua micro ou pequena empresa será construída de forma muito mais assertiva.